Clínica ENNE | Endocrinologia e Nefrologia - Asa Sul - DF
Infecção Urinária
Infecção urinária é qualquer quadro infeccioso que acometa uma ou mais partes do trato urinário, composto pelos rins, ureteres, bexiga e uretra. As infecções urinárias baixas são aquelas que acometem a bexiga e/ou a uretra. As infecções urinárias altas ocorrem quando há comprometimento de pelo menos um dos rins.
- A infecção da bexiga recebe o nome de cistite.
- A infecção da uretra é conhecida como uretrite.
- A infecção renal é chamada de pielonefrite.
A infecção urinária é uma doença extremamente comum, principalmente no sexo feminino. Cerca de 60% das mulheres adultas terão pelo menos um episódio de infecção do trato urinário (ITU) durante a vida.
Nas mulheres, mais de 80% das infecções urinárias são causadas por uma bactéria que vive no nosso intestino, chamada Escherichia coli (E.coli). A infecção urinária ocorre quando essas bactérias, que deveriam permanecer no trato intestinal, conseguem colonizar a região ao redor da vagina. A colonização da região vaginal é o primeiro passo para o desenvolvimento da cistite. Bactérias vindas dos intestinos que conseguem se estabelecer ao redor da vagina têm mais facilidade em penetrar a uretra e alcançar a bexiga.
Sintomas da infecção urinária 1# – Dor para urinar (disúria)
A dor para urinar, chamada disúria, é talvez o sintoma de infecção urinária mais comum. A disúria é um termo que engloba diferentes queixas durante a micção, tais como dor, ardência, queimação, incômodo ou sensação de peso na bexiga.
A disúria é um sintoma muito comum na cistite e na uretrite, podendo ocorrer eventualmente na pielonefrite. É causada pela irritação da bexiga e da uretra, provocada pela infecção.
Sintomas da infecção urinária 2# – Sangue na urina (hematúria)
A presença de sangue na urina é chamada de hematúria. Sangue na urina é o sinal de infecção urinária que mais assusta os pacientes, mas geralmente não é um sinal de gravidade. A hematúria pode ser macroscópica, quando é facilmente notada na urina, ou microscópica, quando só é detectada através de exames laboratoriais.
A presença de sangue na urina é um sintoma comum na cistite, mas também pode ocorrer na pielonefrite ou na uretrite. Assim como a disúria, a presença de sangue surge pela irritação da bexiga e da uretra.
Sintomas da infecção urinária 3# – Febre
Quando se pensa em infecção, a febre é sempre um dos sinais que vêm à mente. Na infecção urinária, entretanto, a febre só costuma surgir nos casos de pielonefrite. Cistite não costuma causar febre, quando o faz, geralmente é abaixo dos 38ºC. A febre também não é comum na uretrite, exceto nos casos mais graves, onde há disseminação da bactéria para a corrente sanguínea.
Na pielonefrite a febre costuma ser alta, maior que 38ºC, e é frequentemente acompanhada de calafrios. A febre alta é o sinal que costuma diferenciar a pielonefrite das outras causas de infecção urinária.
Sintomas da infecção urinária 4# – Vontade constante de urinar
Sentir necessidade de urinar a toda hora também é um sintoma comum da cistite e recebe o nome de polaciúria. O paciente sente vontade urinar com frequência, porém o volume de urina a cada micção é pequeno. Muitas vezes há uma sensação de esvaziamento incompleto da bexiga; sente-se que ainda há urina mas ela simplesmente não sai. Na verdade, a bexiga está vazia, mas como encontra-se irritada, o paciente tem a falsa impressão de que precisa urinar.
Sintomas da infecção urinária 5# – Corrimento uretral
A saída de pus pela uretra é um sinal típico das uretrites, sendo quase sempre causada por uma doença sexualmente transmissível. O corrimento uretral vem frequentemente acompanhado de disúria.
Tanto a cistite quanto a pielonefrite não provocam corrimento uretral, sendo este é um sintoma típico de infecção da uretra.
Sintomas da infecção urinária 6# – Náuseas e vômitos
Náuseas e vômitos são sintomas comuns na pielonefrite e costumam aparecer junto com a febre. A cistite pode causar um mal estar, mas não costuma provocar vômitos. A perda do apetite também é frequente na pielonefrite. Assim como a febre, náuseas e vômitos só costumam surgir nas uretrites em casos de doença mais avançada.
Sintomas da infecção urinária 7# – Dor lombar
A dor lombar, geralmente mais intensa de um lado, é outro sintoma comum da pielonefrite. Na verdade, são poucas as doenças que fazem o rim doer; a pielonefrite é uma delas. A cistite também pode causar uma leve dor lombar, mas é habitualmente bem menos intensa que na pielonefrite.
Sintomas da infecção urinária 8# – Mau cheiro na urina
Uma urina com mau cheiro pode ser um sinal de bactérias na urina, cuja origem pode ser uma cistite ou uma uretrite. Porém, na maioria dos casos, a causa do odor ruim é apenas uma urina muito concentrada. A ureia, uma substância presente em grande quantidade na urina, e a causa do odor característico da urina. Se a urina estiver pouco diluída, o cheiro da ureia torna-se mais perceptível.
Sintomas da infecção urinária 9# – Desorientação e alterações do estado de consciência
A pielonefrite é um caso potencialmente grave, que pode levar a um quadro de infecção generalizada. Se não reconhecida e tratada a tempo, o paciente pode começar a apresentar sinais neurológicos, como desorientação, prostração e até redução do nível de consciência.
Os idosos são a população que mais apresentam esse tipo de quadro durante uma infecção do trato urinário. Muitas vezes, não há febre nem outros sintomas, sendo a alteração neurológica a única pista de que há uma infecção em curso.
Sintomas da infecção urinária 10# – Perda involuntária de urina
Além da vontade constante de urinar, o paciente com infecção da bexiga pode ter dificuldade em segurar a urina. O indivíduo sente vontade de urinar, mas não consegue chegar a tempo ao banheiro, perdendo urina involuntariamente. Esse sinal chama-se urgência urinária, e é muito comum nas crianças e nos idosos.
Fonte: MD.Saúde
Hipertensão e Rins
Uma manifestação precoce de lesão renal pela pressão alta é a presença de proteínas na urina, chamada proteinúria. Essas proteínas podem ser detectadas facilmente através de um exame de urina simples chamado de E.A.S. Pequenas quantidades de proteínas são assintomáticas. Lesões renais avançadas levam a grandes proteinúrias, que se manifestam como uma grande formação de espuma na urina (tipo colarinho de chopp). Outro sinal de doença avançada é a elevação da creatinina sanguínea.
A pressão alta, se não tratada, pode, a longo prazo, levar à insuficiência renal terminal e necessidade de hemodiálise. Se você ou algum familiar próximo é hipertenso, preste atenção na sua creatinina.
Fonte: MD.Saúde
Doença Policística Renal
A doença policística renal do adulto é, como o próprio nome diz, uma doença caracterizada pelo crescimento de múltiplos cistos nos rins ao longo da vida.
A doença policística renal tem origem genética. É uma doença autossômica dominante, ou seja, se um dos seus pais tem rins policísticos, a sua chance de ter os genes defeituosos também é de 50%.
Todavia, não basta ter os genes da doença policística renal para que os cistos comecem a se proliferar descontroladamente. Os rins policísticos se manifestam de forma muito distinta entre cada indivíduo, sugerindo que fatores ambientas ainda não reconhecidos possam também ser importantes para o grau de progressão da doença.
85% dos pacientes com rins policísticos têm uma mutação no gene chamado PKD1. Os restantes 15% herdam a mutação no gene chamado PKD2. A mutação do PKD1 costuma provocar uma doença mais agressiva, com maior e mais rápido crescimento dos cistos nos rins. Este grupo costuma perder a função completa dos rins ao redor dos 55 anos de idade. A doença policística renal causada pela mutação no PKD2 é mais branda e de progressão mais lenta. Estes pacientes acabam só precisando de hemodiálise depois dos 70 anos de idade. Muitos falacem por outras doenças sem nem sequer terem tomado conhecimento de que tinham uma doença nos rins.
A doença policística renal acomete, em média, 1 a cada 1000 pessoas. É, portanto, uma doença muito comum. Atualmente, cerca de 5% dos pacientes que entram em hemodiálise, o fazem devido à insuficiência renal crônica causada pela doença policística renal.
Fonte: MD.Saúde
Glomerulopatias
Glomerulopatia é o nome que damos ao grupo de doenças que acometem os glomérulos, uma estrutura microscópica existente nos rins, que é responsável pela filtração do sangue e produção da urina. Existem vários tipos de glomerulopatias, sendo a glomerulonefrite (inflamação dos glomérulos) a forma mais comum.
O termo glomerulonefrite não serve para designar todas as doenças dos glomérulos, ele deve ser empregado apenas quando há sinais de inflamação do glomérulo. O mais correto é dizer glomerulopatias ou doenças glomerulares. A glomerulonefrite é apenas um tipo de glomerulopatia.
Na glomerulonefrite, um processo inflamatório causa lesão e reduz a capacidade dos glomérulos filtrarem o sangue, provocando um quadro de insuficiência renal aguda, hipertensão e sangue na urina. A presença de sangue na urina, seja ele visível a olho nu ou microscópico, é um sinal muito típico das glomerulonefrites, apesar de não ser exclusivo destas. A inflamação dos glomérulos permite que células do sangue (hemácias) passem pelas membranas glomerulares e caiam nos túbulos renais. Como os túbulos não conseguem reabsorver as hemácias, elas aparecem na urina.
Na síndrome nefrótica, o mais comum é ocorrer uma lesão na membrana glomerular sem que haja inflamação evidente. É como se a membrana apresentasse buracos, como na analogia com coador furado feita há pouco. As proteínas que não deveriam ser filtradas passam em direção aos túbulos e são indevidamente eliminadas na urina. Por isso, perda de proteínas na urina, chamada de proteinúria, é um sinal típico de doença glomerular. E o pior, a proteinúria além de ser um sinal de lesão dos rins, é também responsável pelo agravamento do quadro. Os túbulos não estão preparados para receber proteínas, e na tentativa de reabsorvê-las de volta para o sangue, suas células acabam sofrendo lesão. Portanto, em um primeiro momento, a proteinúria nos mostra que há algo de errado no rim, e, posteriormente, se não for tratada, ela passa a ser mais um fator de agressão e evolução para insuficiência renal.
Os principais sintomas da proteinúria são a presença de muita espuma na urina e o aparecimentos de inchaços no corpo.
É importante destacar que não é incomum os pacientes com doenças glomerulares apresentarem sinais de síndrome nefrótica e síndrome nefrítica ao mesmo tempo.
Fonte: MD.Saúde
Cálculo Renal - Pedra nos Rins
A pedra no rim, também conhecida como cálculo renal ou litíase renal, é uma doença muito comum, causada pela cristalização de sais mineiras presentes na urina. A crise de cólica renal é um dos eventos mais dolorosos que um paciente pode experimentar durante a vida. A dor causada pelo cálculo renal é muitas vezes descrita como sendo pior do que a de um parto, fratura óssea, ferimentos por arma de fogo ou queimaduras.
Mais de 70% das pedras são compostas por sais de cálcio, como oxalato de cálcio e fosfato de cálcio. Também existem cálculos à base de ácido úrico, estruvita (magnésio + amônia + fosfato) e cistina.
Entender a formação das pedras é simples. Imaginem um copo cheio de água clara e transparente. Se jogarmos um pouco de sal, este se diluirá e tornará a água um pouco turva. Se continuarmos a jogar sal no copo, a água ficará cada vez menos clara, até o ponto em que o sal começará a se precipitar no fundo do copo. A precipitação acontece quando a água fica super saturada com sal, isto é, a quantidade de água presente já não é mais suficiente para diluir o sal.
Este é o princípio da formação dos cálculos. Quando a quantidade de água na urina não é suficiente para dissolver todos os sais presentes na mesma, estes retornam a sua forma sólida e precipitam nas vias urinárias. Os sais precipitados na urina tendem a se aglomerar, formando, com o passar do tempo, as pedras.
Esta precipitação dos sais presentes na urina ocorre basicamente por dois motivos: falta de água para diluir ou excesso de sais para serem diluídos.
A maioria dos casos de cálculo renal ocorre por falta de água para diluir a urina adequadamente, tendo como origem a pouca ingestão de líquidos. Porém, há um grupo de pacientes que mesmo bebendo bastante água ao longo do dia continua a formar pedras. São as pessoas com alterações na composição natural urina, apresentando excesso de sais minerais, em geral, excesso de cálcio. A quantidade de cálcio na urina é tão grande que mesmo com um boa ingestão de água este ainda consegue se precipitar.
Ter água suficiente na urina é essencial para prevenir a formação de cálculos. Pacientes que costumam desenvolver cálculos bebem, em média, menos 300 a 500 ml de água por dia quando comparados com pessoas que nunca tiveram pedra nos rins. Pessoas que vivem em países de clima tropical ou trabalham em locais muitos quentes devem procurar se manter sempre bem hidratadas para evitar a produção de uma urina muito concentrada.
Em relação à dieta, existem alguns hábitos que podem aumentar a incidência de pedras nos rins, principalmente se o paciente já tiver concentrações de cálcio na urina mais elevadas que a média da população. Dietas ricas em sal, proteínas e açúcares são fatores de risco. Curiosamente, apesar da maioria dos cálculos serem compostos de cálcio e surgirem por excesso de cálcio na urina, não há necessidade de restringir o consumo do mesmo na dieta. A restrição, aliás, pode ser prejudicial. Se você já está perdendo cálcio em excesso na urina e não o repõe com a dieta, o seu organismo vai buscar o cálcio que precisa nos ossos, podendo levar à osteoporose precoce. O único cuidado deve ser com os suplementos de cálcio, já que o consumo destes, principalmente quando em jejum, parece aumentar o risco de pedra nos rins.
Outros fatores de risco para o surgimento de cálculos são: obesidade, idade acima de 40 anos, hipertensão, gota, diabetes, ser do sexo masculino e ganho de peso muito rápido.
SINTOMAS DO CÁLCULO RENAL
Muitos pacientes possuem pedras nos seus rins e não apresentam sintoma algum. Se a pedra se formar dentro do rim e ficar parada dentro do mesmo, o paciente pode ficar anos assintomático. Muitas pessoas descobrem o cálculo renal por acaso, durante um exame de imagem abdominal, como ultrassom ou tomografia computadorizada, solicitados por qualquer outro motivo.
Pedras muito pequenas, menores que 3 milímetros (0,3 centímetros), podem percorrer todo o sistema urinário e serem eliminadas na urina sem provocar maiores sintomas. O paciente começa a urinar e de repente nota que caiu uma pedinha no vaso sanitário.
O sintoma clássico do cálculo renal, chamado cólica renal, surge quando uma pedra de pelo menos 4 mm (0,4 cm) fica impactada em algum ponto do ureter (tubo que leva a urina do rim à bexiga), causando obstrução e dilatação do sistema urinário.
A cólica renal é habitualmente uma excruciante dor lombar, que costuma ser a pior dor que o paciente já teve na vida. A cólica renal deixa o paciente inquieto, se mexendo o tempo todo, procurando em vão uma posição que lhe proporcione alívio. Ao contrário das dores da coluna, que melhoram com repouso e pioram à movimentação, a cólica renal dói intensamente, não importa o que o paciente faça. Por vezes, a dor é tão intensa que vem acompanhada de náuseas e vômitos. Sangue na urina é frequente e ocorre por lesão direta do cálculo no ureter.
A cólica renal costuma ter três fases:
- A dor inicia-se subitamente e atinge seu pico de intensidade em mais ou menos 1 ou 2 horas.
- Após atingir seu ápice, a dor da cólica renal permanece assim por mais 1 a 4 horas, em média, deixando o paciente “enlouquecido” de dor.
- A dor começa a aliviar espontaneamente e ao longo de mais 2 horas tende a desaparecer.
Em alguns desafortunados, o processo todo chega a durar mais de 12 horas, caso o mesmo não procure atendimento médico.
Se a pedra ficar impactada na metade inferior do ureter, a cólica renal pode irradiar para a perna, grandes lábios ou testículos.Também é possível que a pedra consiga atravessar todo o ureter, ficando impactada somente na uretra, que é o ponto de menor diâmetro do sistema urinário. Neste caso a dor ocorre na região pélvica e vem acompanhada de ardência ao urinar e sangramento. Muitas vezes o paciente consegue reconhecer que há um pedra na sua uretra, na iminência de sair.
Geralmente, pedras menores que 0,5 cm costumam sair espontaneamente pela urina. As que medem entre 0,5 e 0,8 cm têm dificuldade de serem expelidas. Podem até sair, mas custam muito. Cálculos maiores que 0,9 cm são grandes demais e não passam pelo sistema urinário, sendo necessária uma intervenção médica para eliminá-los.
Estes cálculos grandes podem ficar impactados no ureter, provocando uma obstrução à drenagem da urina e consequente dilatação do rim, a qual damos o nome de hidronefrose. A urina não consegue ultrapassar a obstrução e acaba ficando retida dentro do rim. As hidronefroses graves devem ser corrigidas o quanto antes, pois quanto maior o tempo de obstrução, maiores as chances de lesões irreversíveis do rim obstruído.
Fonte: MD.Saúde